Dê adeus àquelas canções desgastadas
elas não dizem nada agora
não têm o frescor da novidade
até porque o teu rumo é outro
tu pegou um desvio
antes de se chocar comigo
de frente.
Dê adeus àquelas canções desgastadas
despeça-se
são elas que encontro
no rastro que tu deixou
e, feito um mendigo,
alimento-me delas
migalha por migalha.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Carne-viva
assassino meus desejos
engulo com lágrimas e tudo
o gosto é terrível
seguro a golfada
o vômito
engulo de novo
minhas mãos suam
gelado
veias dilatadas
no pescoço
com dentes cerrados
aguento no osso.
engulo com lágrimas e tudo
o gosto é terrível
seguro a golfada
o vômito
engulo de novo
minhas mãos suam
gelado
veias dilatadas
no pescoço
com dentes cerrados
aguento no osso.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Planetário
passantes dispersos
ponho os óculos
comigo converso
fico invisível
imerso
eterno observador
do universo.
ponho os óculos
comigo converso
fico invisível
imerso
eterno observador
do universo.
domingo, 23 de setembro de 2012
Meu coração
Não é que tenha morrido
é só algo podre
em decomposição
repleto de vermes
que insisto
em carregar
comigo.
é só algo podre
em decomposição
repleto de vermes
que insisto
em carregar
comigo.
sábado, 22 de setembro de 2012
Invisível
Então me calo
não precisamos nos machucar
deixemos tudo assim
Afasto-me aos poucos
de todos
imperceptivelmente
sumo
Então me calo
apago as luzes
faço silêncio
fico mudo
E, feito cego,
caio num buraco
corto-me
sangro
e enfim
vem o pranto
não escondo
ninguém vê.
não precisamos nos machucar
deixemos tudo assim
Afasto-me aos poucos
de todos
imperceptivelmente
sumo
Então me calo
apago as luzes
faço silêncio
fico mudo
E, feito cego,
caio num buraco
corto-me
sangro
e enfim
vem o pranto
não escondo
ninguém vê.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Prontidão
Deixe brilhar
está quase no eixo
aquela selva lá fora
me chama assim mesmo
Deixe brilhar
está quase pronto
aquela anarquia lá fora
me convoca assim mesmo
E ao anoitecer
o mundo irá desabar
num estalar de dedos
eu sei
mas deixe brilhar
esta pobre fagulha
é tudo o que tenho agora
partirei assim mesmo.
está quase no eixo
aquela selva lá fora
me chama assim mesmo
Deixe brilhar
está quase pronto
aquela anarquia lá fora
me convoca assim mesmo
E ao anoitecer
o mundo irá desabar
num estalar de dedos
eu sei
mas deixe brilhar
esta pobre fagulha
é tudo o que tenho agora
partirei assim mesmo.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Desvio
Vá sozinha
quero te ver
como da última vez que a vi
perdida
sem rumo
Eu poderia tê-la ajudado
mas não quero bagunçar de novo
teu coração confuso
Vá sozinha
quero te ver
advinhando meus pensamentos
sentindo minha agonia
Não vá
eu sei lidar com isso sozinho
eu me viro
não quero te ver.
quero te ver
como da última vez que a vi
perdida
sem rumo
Eu poderia tê-la ajudado
mas não quero bagunçar de novo
teu coração confuso
Vá sozinha
quero te ver
advinhando meus pensamentos
sentindo minha agonia
Não vá
eu sei lidar com isso sozinho
eu me viro
não quero te ver.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Ida
fala
tudo
de uma vez
antes que tudo se perca
e nossos destinos
nunca mais
voltem a se cruzar
fala
mesmo que não dê tempo
de dizer adeus.
tudo
de uma vez
antes que tudo se perca
e nossos destinos
nunca mais
voltem a se cruzar
fala
mesmo que não dê tempo
de dizer adeus.
domingo, 16 de setembro de 2012
Via de mão dupla
meus caminhos
ninguém sabe
quem sabe um dia
meus amigos me encontrem
e me estranhem
folha à mercê do vento
caindo entre os pés
do acaso.
ninguém sabe
quem sabe um dia
meus amigos me encontrem
e me estranhem
folha à mercê do vento
caindo entre os pés
do acaso.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Não preciso passar por isso novamente
Estou sentindo de novo
com tua aparição
aquele lance
de dependência
Uma cega
entrega total
Estou sentindo de novo
aquele frio na barriga
e creia-me
não é nada bom.
com tua aparição
aquele lance
de dependência
Uma cega
entrega total
Estou sentindo de novo
aquele frio na barriga
e creia-me
não é nada bom.
Anfetamina
Escolha as vermelhas
quando nada mais
fizer sentido
quando as portas
estiverem trancadas
aquela música
irá fazer com que tu saia
chutando tudo
Escolha as vermelhas
quando nada for o suficiente
quando ninguém mais
entender tuas palavras
aquele teu poema
batido à máquina
esquecido há muito tempo
pode vir a fazer sentido agora
Escolha as vermelhas
num dia de cão
ouvindo tantos nãos
um beijo negado
o desagrado
o rastro de sangue
no asfalto
no chão.
quando nada mais
fizer sentido
quando as portas
estiverem trancadas
aquela música
irá fazer com que tu saia
chutando tudo
Escolha as vermelhas
quando nada for o suficiente
quando ninguém mais
entender tuas palavras
aquele teu poema
batido à máquina
esquecido há muito tempo
pode vir a fazer sentido agora
Escolha as vermelhas
num dia de cão
ouvindo tantos nãos
um beijo negado
o desagrado
o rastro de sangue
no asfalto
no chão.
Hematomas
a parede
está manchada de sangue
do meu rosto
agonia sem fim
coisa ruim
que ninguém
tira de mim.
está manchada de sangue
do meu rosto
agonia sem fim
coisa ruim
que ninguém
tira de mim.
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